quarta-feira, 28 de novembro de 2012

MAIS DO QUE POSIÇÃO SOCIAL E DINHEIRO.


Ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou ... os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem à presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a formosura dela, pois era em extremo formosa. Porém a rainha Vasti recusou vir, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira.( Ester Capitulo 1:)
Lemos no livro de Ester que a rainha Vasti não quis entrar na presença do rei Assuero num momento de festa.
Isto lhe custou muito caro, custou a sua condição de rainha e possibilitou a ascensão de Ester para o seu lugar.
Costumeiramente nós olhamos mais para a ascensão de Ester do que para a deposição de Vasti, mas hoje quero me deter na história dessa rainha deposta, que me parece alguém de muita fibra e que tem muito a nos ensinar.
O rei Assuero fez uma festa de duração de seis meses, com um único propósito de mostrar a sua riqueza e glória pessoal. Com esta festa ele dizia aos seus convidados “vejam como eu sou poderoso”, “olhem bem para o meu ouro, meus troféus e conquistas”.
E num determinado momento da festa, ele já  bêbado de vinho, mandou que trouxessem à sua presença mais um dos seus troféus, e então, é chamada a rainha Vasti, sua esposa.
O rei queria mostrar a beleza de sua mulher aos seus convidados. Era mais um dos seus troféus, mais um sinal de suas conquistas, quem sabe até de sua virilidade masculina.
Mas para a surpresa de todos, especialmente do Rei Assuero, o seu troféu, o seu objeto, disse “não”.
Vasti recusou-se a entrar na presença do rei e de seus convidados para lhe servir aos seus caprichos egoísticos e de ostentação.
Foi um choque. Fico imaginando o burburinho na corte, todos assombrados com a decisão da rainha, tanto os convidados como os servos, ninguém conseguia entender os motivos dela para se negar daquela maneira ao rei.
Como poderia alguém em sã consciência desprezar a posição de rainha e o desfrutar de tanta riqueza, posição social e tudo o mais que acompanha.

Fico imaginando quantas mulheres fariam qualquer coisa para estar no lugar dela, mas não ela, não a Vasti.

Amados, a decisão dela não foi por ignorância, por desconhecimento ou por loucura.
Foi uma decisão de uma mulher que se cansou de ser tratada como coisa, como objeto, como algo que vem depois do ouro e da prata, alguém que nada mais é do que a cereja em cima do bolo.

Não! Chega! Basta, disse Vasti. Quero ser tratada como uma esposa que pensa, que tem sentimentos, que quer ser amada pelo marido, e participar de sua vida como um todo.
Ela se comportou como alguém que não se contenta com coisas, fama e posição social.
Ela desprezou tudo para não ser mais desprezada, esse deve ter sido o pensamento dela.

Há mulheres que servem aos seus maridos como objetos para momentos de prazer ou de festa, verdadeiros adornos, figuras secundárias nas suas vidas.

Mesmo entre nós, cristãos, há mulheres sem nome, cujo marido às vezes é tão famoso, que vive expondo seus tesouros, mostrando sua grandeza, no entanto, pouco se sabe sobre sua esposa. Ela é apenas uma sombra.
 
Há aqueles maridos que acham que basta um pouco de dinheiro, quem sabe um cartão de crédito, uma visita ao shopping, umas roupas de marca, um carro novo, uma casa com uma fachada bonita e pronto. Está  feito. Cumpriu assim o seu chamado de marido.

Eu não quero aqui incitar as mulheres para que façam como Vasti, que deixem seus maridos egoístas e materialistas, que não tem olhos para vê-las, mas quero provocar-me a mim mesmo e aos demais maridos para que entendamos que nossas esposas querem e merecem muito mais do que coisas, bens e status social.

Elas querem se sentir gente. Gente que é amada e reconhecida, como alguém importante na vida dos seus maridos.
O Rei Assuero deve ter imaginado no seu coração, essa mulher enlouqueceu. Colocou a perder um relacionamento com um rei poderoso como eu, mas não conseguiu entender que para Vasti poderoso seria se ele conquistasse muito mais do ouro e prata, reino e povos, mas que simplesmente conquistasse o seu coração e ali colocasse o seu selo real, mas ele não fez isso.

Essa é a lição de Vasti para cada um de nós, que às vezes passamos a vida correndo atrás do lucro, atrás de conquistas, bens, e aquilo que deveria ser realmente importante acaba ficando em segundo plano.

Pense nisso, e cuidado, dentro de cada mulher  pode haver uma Vasti que espera ser mais que um troféu nas mãos do marido. 

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